quarta-feira, 16 de junho de 2010

[Re]Postagem: P. P. Condurú apresenta nova série de desenhos e pinturas

Antes de chegar nesse momento, foram cinco anos “longe” de si próprio, das tintas e traços, numa caçada a 30 anos de arte. Enquanto catalogava as obras, P.P. trabalhou com outras mídias, brincou e criou com outras formas de expressão, como a música, o desenho em três dimensões, a edição de vídeo, o livro, a fotografia, a Internet e suas novas possibilidades e, fissurado por estética e por se comunicar, sentiu vontade de unir tudo aquilo (ZBrush, Encore, Photoshop, Orion, Premiere, In Design...) ao seu “vício visual", como fala da sensação visceral que tem ao bater o olho nas coisas, nas pessoas; a instigação de se sentir possuído por todas as descobertas e a vontade incontrolável de expressar esses sentimentos. Daí, nasceu a mostra “Como entra sai/ Coisa assim, nós na nuca, pirulitos n’água”, que pode ser visitada até 17 de julho na Galeria Elf.

“Desses prazeres, ‘tá surgindo a nova série de desenhos, um desenvolvimento que me leva a pensamentos pessoais sobre Internet, MSN, rapidez, imagens, gratuidade, banalidade, essa fluidez, esse dinamismo do mundo. É uma forma d´eu me comunicar. Então eu escrevo, eu desenho, eu pinto, eu mancho... porque o que eu mais adoro no meu trabalho, desde sempre, é o que não fizeram ainda, o por vir, o estar por fazer, essa perplexidade diante dos acontecimentos, o meu embate técnico de ver uma coisa assim que eu nunca pensei fazer e construir, esteticamente, aquele raciocínio, aquele pensamento, que nem sei o que é, mas imagino que seja isso também. Então, é uma coisa assim... nós na nuca, pirulitos n´água”, conta P.P.

Os desenhos, feitos sobre papel A4 - o tamanho normal de reproduções corriqueiras, acessíveis -, mostram esse encontro espontâneo do artista experiente com o novo; a consciência do desenho com a pesquisa da arte; o interesse por imagens que não dizem muita coisa, mas estão lá na Internet, ninguém sabe pra quê, mas estão lá e interessam ao artista – os “pirulitos n´água”. Pirulitos da banalidade de tudo e que dão “nós na nuca”. Segundo ele, os nós propriamente ditos; os nós das pessoas, “como cavalos nas nucas de outros cavalos”; nós de tensão desse mundo doido, onde encontra inspiração.

E na coincidência com o Dia dos Namorados (a vernissage aconteceu no último dia 12 de junho) pintou a série, “Namoro, teu jeito tamanho” - mais jogo do embate técnico-criativo, com 10 desenhos exclusivos sobre papel artesanal, que não vão parar na parede, mas estarão no cyber espaço, no site da Elf e no blog do artista. É a primeira virtual dele e da galeria, para quem gosta e namora de forma não convencional.

E, por fim, o começo: “Como entra sai...” é a série de telas, trabalhadas em acrílica, frases, palavras, massa, cola e outros materiais com os quais P.P. se sente mais feliz, atiçado e à vontade, futucando o instante primordial da criação, do frio na barriga, do zunido e da coragem de entrar e romper o barulho. A série vai para a parede da Elf, mas num pirulito, quer dizer, numa pequenina mostra de tudo o que ele vem criando sobre tela, só para atiçar nós.
Fonte: Guiart. Conheça mais o Guiart.
Fonte da Fonte: ASCOM/ Elf Galeria

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