A Música pode ser definida de diversas formas, sendo simultaneamente arte e ciência, estando presente nas mais diversas épocas, culturas, idades, regiões e classes sociais. A música vem acompanhando o desenvolvimento humano no decorrer dos séculos, sendo considerada a manifestação artística mais presente no nosso cotidiano. Cabe uma pergunta: se é um conhecimento tão presente em nosso dia-a-dia, por que não disponibilizar este conteúdo também para alunos com surdez e DA?
A aprendizagem musical é de suma importância para o desenvolvimento do indivíduo, pois estudos e pesquisas comprovam que o estudo da música, além de contribuir na formação de valores pessoais, desenvolve o lado cognitivo, psicomotor, emocional e afetivo, além de ter um forte papel social, ajudando a integrar os membros de um grupo. Sendo assim, percebemos a importância de oportunizar a prática musical.
A música colabora com o controle emocional e auxilia a área da saúde, como recurso terapêutico. Tem forte papel social, ajudando a integrar os membros de um grupo. Contribui para que os alunos aprendam a atuar com o próprio corpo, a afinar-se em relação a si mesmos e ao outro. A música “talvez” não faça chover, mas auxilia a aprender a ser, a conviver, a fazer e a conhecer.
Compartilho então com vocês minha esperança de ver frutos deste trabalho no Instituto Felipe Smaldone onde trabalho com educação musical. O encanto do trabalho está no desafio onde o objetivo principal é trabalhar o bem-estar dessas crianças e jovens atendidos no IFS, o foco do trabalho não é o resultado, embora saibamos que o artista quer mostrar seu trabalho. O que procuro valorizar é o processo que é muito lúdico, como sempre deve ser o trabalho com crianças.
Objetivos
Objetivo Geral:
Estimular a musicalidade nos alunos do Instituto Felippo Smaldone através de vivências com instrumentos musicais, elementos da escrita musical, facilitando o processo de criação e execução de músicas.
Objetivos Específicos:
Trabalhar a música desde a sensibilização musical através de simples exercícios rítmicos até a leitura de partitura;
Desenvolver grupos musicais com instrumentos de percussão, flauta doce, violão e instrumentos de teclas, onde os alunos possam exercitar o aprendizado.
Proporcionar um ambiente de criatividade.
Confeccionar instrumentos musicais.
Fornecer informações sobre os elementos básicos presentes em uma partitura musical.
Conteúdo
Células rítmicas simples – práticas percussivas
Conhecendo as notas – Iniciação ao teclado
Iniciação ao violão – cifragem
Iniciação à Flauta Doce
Propriedade do SOM
Notação Musical
Prática em Grupo
Metodologia de Ensino do Conteúdo
Céluals rítmicas simples – práticas percussivas
Repassadas sempre do mesmo modo: o professor mostra célula rítmica, tocando, usando tambor e o maracá. Em seguida, distribuem-se aos alunos as maracas, que neste estágio funciona como respostas, ou seja, o tambor faz uma pergunta e em seguida há uma resposta dada pelos alunos.
Após este processo, cada aluno terá a oportunidade de usar o tambor, fazendo a pergunta. Todas as células rítmicas são expostas no quadro para que aos poucos, o aluno tenha contato com as figuras musicais. Além do tambor e maracás utilizamos outros instrumentos rítmicos.
Conhecendo as notas – Iniciação ao teclado
O professor ensina em LIBRAS os nomes das notas usando uma escaleta, numerada. Ou seja, o número 1 é dó, 2 é ré, 3 é mi etc. além da linguagem de sinais, o aluno também FALA o nome da nota. Em seguida o aluno vai até o teclado tocar as notas, trabalhando principalmente a digitação.
Ao final da aula fazemos uma avaliação de como o aluno absorveu o conteúdo, além da verbalização do fonema com o nome da nota.
Iniciação ao violão – cifragem
Primeiramente o professor faz uma exposição do violão, o número de cordas, o número dos dedos, como pegar o violão, como tocas nas cordas etc. em seguida, o professor ensinará acordes simples e suas respectivas passagens: MI menor para LA Maior; MI Maior para LA menor; LA para RÉ etc. Aproveitamos este momento para explicar que cada acorde tem, não só uma cifra, mas também um símbolo universal, usado em todos os países e serve também para uma melhor visualização, já que trabalhamos com alunpos surdos.
Iniciação à Flauta Doce
Primeiramente ensinamos ao aluno surdo a controlar e regular o sopro. Só depois da consciência adquirida, é que ensinamos as notas da mão esquerda: SOL, LA, SI, DÓ e RÉ. Começamos a repassar as posições de modo gradativo desde as posições mais fáceis até as mais difíceis.
Propriedade do SOM
Inicialmente são mostrados dois desenhos aos alunos: num temos um círculo grande com a palavra FORTE; noutro um círculo pequeno com a palavra FRACO. O professor demonstra para os alunos tocando no tambor, a diferença entre forte e fraco. Os alunos são convidados a brincar tocando de acordo com o cartaz mostrado pelo professor, também de modo gradativo, as mudanças rápidas. Depois os alunos fazem esta brincadeira entre si.
Depois da mesma forma, são mostrados aos alunos mais dois desenhos: um com uma tira grande escrito LONGO e outro com uma tira pequena escrito CURTO. Do mesmo modo os alunos são convidados a fazer a brincadeira e logo, faremos associações entre FORTE e LONGO; CURTO e FRACO; FRACO e LONGO; CURTO e FORTE.
Notação Musical
Depois que os alunos aprendem os nomes das notas, tanto em LIBRAS quanto oralmente, repassamos a notação na pauta musical, conhecida também como pentagrama. Por meio de aula expositiva, são repassados conhecimentos quanto à leitura musical como, por exemplo: claves de SOL e FA; figuras de ritmos, figuras de pausa etc.